quinta-feira, 19 de maio de 2011

Biografia - Midnite






  • Divulgação
    Vinda de St. Croix, Midnite é uma das promessas mais arrepiantes do reggae raiz do milênio. As letras profundas e inovadoras do Midnite são sinceras e enraizadas profundamente para apresentar a outra metade da história. Suas gravações são repletas de mensagens, dignas de horas de reflexão. A voz eletrica do vocalista principal Vaughn Benjamin, parece um apanhado de muitas vozes grandes no reggae. O estilo lírico e potente de Vaughn e os teclados marcantes do seu irmão Ron, dão forma ao núcleo deste quinteto musical, que inclui s Dion Hopkins (bateria), Philip Merchant (baixo) e Abijah (guitarra). Midnite cria as letras baseadas na cultura do Reggae Roots da "antiga escola" somadas a experiências modernas do cotidiano, criando assim um encontro original em forma de música. Reggae - despido e cru é uma descrição perfeita para "o estilo musical das raizes clássicas" de Midnite, em que renuncíam as "modas" do estilo. "Unpolished" é um dos títulos mais marcantes que inclui clássicos como "Don’t Move", "Mama África", e "Love Your Life You Live". O álbum "Ras Mek Peace" foi gravado usando somente dois canais e foi masterizado sem nenhum reverb, filtros, compressão ou equalização. Canções como "Hieroglyphics", em que o graffiti é comparado aos hieroglifos do Egito antigo, deixa evidente as letras inteligentes e concretas que são caracteristicas das músicas do Midnite.
    Depois do lançamento do álbum "Ras Mek Peace", o Midnite retornou para viver em St. Croix de modo que pudessem trabalhar com os músicos locais e fazer gravações em seu laboratório sem nenhuma interferência exterior. Os frutos desse trabalho pode ser encontrado em Jubilees of Zion, que foi lançado em seu próprio selo independente da gravadora Roots do Midnite. Os ritmos expansivos, hipnoticos continuam, ao lado das mensagens da paz, irmandade universal, e resistência cultural a Babilonia. O novo lançamento "Seek Knowledge Before Vengeance" tras a tona o bom e velho Reggae Raiz a tona.
    Midnite explode em performances ao vivo com shows que excedem frequentes 3 horas. Seu som vigoroso, rígido, dirigido pelas linhas de baixo cria uma vibração que penetra diretamente ao coração. Midnite é uma das bandas mais emocionantes do cenário Reggae hoje. Quebrando todas as regras, Midnite está ajustando um novo padrão. Armado com uma fundação firme em Jah Rastafari, seus talentos naturais, e uma visão musical forte e descompromissada, o Midnite vem para reerguer as raízes fortes e sinceras do Reggae para os tempos modernos e conturbados de hoje...

    Biografia - Peter Broggs

    Henry James A. K. A Peter Broggs nasceu em 1954 na comunidade rural de Richmond - Lucea em Hanover - Jamaica. Peter e mais 10 irmãos sobreviviam da mesma maneira que a maior parte da população da pequena ilha da Jamaica , sofrimento sobretudo pela pobreza , citando uma frase do próprio Peter Broggs "... Quando muitas vezes nem sequer comida tínhamos, o melhor que poderíamos fazer era cantar, tentando manter uma atitude positiva perante a Vida..." Foi em finais dos anos 60 , princípio dos anos 70 que Peter tal como a maior parte dos jovens que viviam nas comunidades rurais, partiu para a Capital da Jamaica - Kingston - com o objectivo de melhorar as condições de vida e sobretudo ganhar algum dinheiro que lhe permitisse ajudar os seus Pais. É em Kingston com as influências da Religião Rastafari e consequentemente da Música Reggae que Peter com algum do dinheiro que tinha vindo a poupar já á algum tempo, aluga algumas horas num estúdio e em parceria com uma das respeitadas bandas de todos os tempos - Roots Radics - grava o primeiro single, "Vankout", em 1975. Entretanto ele próprio vendia o single "... Vendeu bastante bem..." conta Broggs , nos meses seguintes Peter trabalhava e ia escrevendo algumas letras para futuras canções , até que Bim Sherman lhe deu a oportunidade de trabalhar com ele todos os dias no estúdio, oportunidade essa segundo Peter Broggs lhe deu bastante experiência. Peter tinha entretanto ainda 500 cópias do single "Vankout" que rápidamente as vendeu angariando assim algum dinheiro , permitindo-lhe novamente alugar um estúdio e gravar desta vez "African Sister". A Randy’s Records tinha distribuído o single "Vankout", e mesmo depois de mudarem de nome (Vampire) continuaram a ajudar Peter na distribuíção deste segundo single. Segue-se a colaboração com Prince Far-I, que entre outras gravaram "I a Field Marshall", mas devido á morte de Prince Far-I nunca chegaram a ser editadas (tempos difíceis na vida de Peter Broggs). A rampa de lançamento terá sido em 1977 quando Clement "Coxsonne" Dodd (Studio One) lhe deu a oportunidade de gravar "Sing a New Song", foi aí que Coxsonne lhe disse que com o nome Henry James ele não iria a lado nenhum, aí Peter diz-lhe que algumas pessoas lhe chamavam Broggs e outras Peter, daí o surgimento do nome artístico Peter Broggs. Por mérito próprio e pela fama de ter gravado no famoso Studio One, Peter assina um contrato com Bingy Bunny (integrava a banda Roots Radics e os Morwells), desta ligação surge o primeiro LP de Broggs o álbum "Progressive Youth", lançado em Inglaterra pela editora Ital entre 1979 / 80. Alguns meses passaram até que Peter Broggs recebe uma notícia de que alguém que tinha chegado de carro alugado, andava á sua procura. Essa pessoa apresentou-se como Doctor Dread e disse-lhe que adorava as suas músicas, chegando mesmo a cantarolar um pouco a canção "Forward Natty Dread, Forward" do álbum "Progressive Youth", ,explicou-lhe também que fazia um programa de Reggae numa estação de Rádio nos Estados Unidos e que estava ali porque tinha escrito uma canção que queria que Broggs interpretasse. Ele aceitou o desafio e 5 , 6 meses depois, Broggs contactou Doctor Dread dizendo-lhe que estava preparado para gravar, Doctor Dread disse-lhe para ele reservar o estúdio Channel One e " arranjar " alguns músicos. O resultado foi em 1982 a edição do primeiro álbum do catálogo de uma nova editora Reggae nos Estados unidos a RAS records (propriedade de Doctor Dread) e uma excelente oportunidade para Peter Broggs mostrar o talento a toda a América. O álbum vendeu lindamente e consequentemente surgiram em 1985 "Rise and Sine", "Cease The War" em 1987 e "Reasoning" em 1990, todos pela editora RAS. Em 1993 altura em que o Dancehall Ragga está no auge na Jamaica é lançado o álbum "Reggae in Blues", Peter consegue recuperar a verdadeira essência do Roots Reggae ,destaco em especial as canções "Sunshine Girl" , "Slave Child" , a Grande "No Pollution" e "Try Again" mesmo ao estilo de Burning Spear, em 1999 houve uma grande reedição em CD também através da RAS, primeiro álbum de Peter Broggs - "Progressive Youth".

    Rastafari Cultura Rastafari - Simbologia

     

    O rastafarianismo está nas enciclopédias da pós-modernidade. A Webster brasileira define o movimento nos seguintes termos:



  • Movimento político e religioso em expansão, originário do culto jamaicano que reverencia o imperador etíope Haile Selassie I como personalidade divina. O movimento foi influenciado por ativistas negros da década de 1930, principalmente Marcus Garvey (...) O rastafarianismo combina elementos das religiões africanas, (...) narrativas bíblicas e cultura afro-caribenha. Seus adeptos acreditam que os negros são as tribos perdidas de Israel, que serão redimidas com o retorno à África. O movimento não tem igreja nem clero, e a prática ritual é espontânea. Os rastafarianistas, ou rastafaris, expressam seu sentimento de fraternidade através de determinados símbolos: o estilo do (que não é cortado e forma longas tranças), a utilização das cores nacionais etíopes (vermelho, preto, verde e amarelo ouro), hábitos alimentares (evitam a carne de porco) e o ocasional uso da cannabis (maconha) como forma de ajuda à meditação. A música popular jamaicana, especialmente o reggae, com destaque para o cantor e compositor Bob Marley (1945-1981), constitui um meio popular de disseminação das idéias rastafarianas. (WEBTER/LARROUSSE, V.II - p 819. São Paulo: Folha da Manhã, 1997).
    O papel de Haile Selassie no universo rastafari está ligado aos aspectos religiosos e socio-político-ideológicos que orientam a postura ou comportamento "rasta". A aura messianica do "Leão de Judah" constitui uma força de comunhão com ideais de paz, solidariedad entre os povos e amor universal além da valorização de todos os signos relacionados à afro-cultura, no continente africano e no mundo. A trajetória do rei etíope, suas idéias, sua imagem, sua biografia, alcançaram grande repercussão internacional graças à intensa divulgação nos mídia (meios de comunicação). Foi através das manchetes de jornais do mundo inteiro que Selassie chegou à Jamaica, onde Marcus Garvey reconheceu nele o Messias, o Salvador do povo negro profetizado pelo próprio Garvey aos antes.
    Desde o princípio, a orientação ideológica foi acompanhada de expressões estético-artísticas correspondentes; na música, em ritmos como o ska, rocksteady e o reggae; nas cores das vestimentas, com a predominância do verde, amarelo e vermelho em contraste com o negro, em túnicas e calças de tecidos leves e corte amplo; nos cabelos longos, nunca cortados e trançados ou segmentados naturalmente em grossos cachos, um visual hoje denominado dreadlook. A cultura rastafari inclui, ainda, o resgate de tradições místicas relacionadas à dança, uso e fabricação de tambores e outras peças de artesanato, práticas curativas e crença no poder das palavras, herança da cabala de Salomão, que atribui um poder transformador da realidade aos sons da fala, conhecimento ocultista (esotérico) que se resume na legenda: Palavra, Som e Poder.

    Simbologia

    A significação dos elementos estétio-artísticos da cultura rastafari está relacionada com suas origens doutrinárias onde se misturam símbolos antigos e contemporâneos. Quando se fala em "rastafari" certas imagens mentais são evocadas imediatamente, como "reggae music". Dreadlook ou a alegria, a vivacidade das cores predominantes em roupas e objetos. Cada um destes elementos tem sua razão de ser, sua explicação.

    Cores

    O verde, o vermelho e o amarelo são as cores da bandeira nacional da Etiópia, onde aparecem com o mesmo significado vigente entre os rastas e representam:
    VERDE: terra e esperança
    AMARELO: a Igreja e a paz
    VERMELHO: poder e fé
    São, portanto, cores representativas de valores tanto materiais (físicos) quanto metafísicos (ou espirituais). O físico, no verde, se relaciona à Terra-Mãe, natureza, fauna, flora tão exuberantes, na África, assim como no Brasil, fonte de vida e prosperidade, terra provedora de abrigo e alimento. O aspecto metafísico do verde é a esperança porque esta cor está ligada, nas tradições esotéricas mais antigas, aos fenômenos de renovação. No Taro, oráculo de cartas de origem hindu-egípcia, a carta XX, tem o verde como cor destacada. O arcano (a carta) chamado O Julgamento, mostra três figuras que se erguem de um túmulo diante de um anjo apocalíptico, uma cena de ressurreição.
    Nos tons do amarelo e do vermelho se concentram outros significados subjetivos. A Paz, condição necessária a uma existência saudável; a Igreja, como força social de união entre os povos; o poder, como capacidade de realização de metas, de transformar sonhos em realidades e, finalmente, a Fé, sem a qual estas capacidades não podem ser alcançadas. É pela fé que se mantém a persistência rumo a um objetivo não obstante os numerosos obstáculos que se interponham entre uma pessoa e suas aspirações mais elevadas.

    Dreadlock

    Como já foi mencionado acima, o dreadlook se refere ao estilo ou visual dos cabelos. Muitas "tribos urbanas" adotam estilos característicos de cabelo (ou não-cabelo!) como signos de identidade. Basta mencionas os rockers e hipies clássicos, que usam cabelos longos; os punks radicais, chamados skinheads (carecas) ou os punks moderados e os góticos, com cabelos arrepiados e tingidos. Os rstafaris não cortam os cabelos nem se preocupam em "domar" suas cabeleiras à custa de pentes e escovas furiosas, chapinhas (pequenas plataformas de ferro aquecido para alisar cabelos)ou produtos químicos. Os cabelos rasta crescem livremente e são cuidados com procedimentos normais que atendem simplesmente à higiene e a arrumação para fins práticos, com o prender ou usar uma touca em circunstâncias de trabalho. Há quem duvide mas os rastafaris lavam seus cabelos; apenas não usam gel, nem mousse ou laquê...
    As tranças ou mechas são cultivadas desta forma por razões filosofico-religiosas e identitárias. Os rastafaris argumentam que o crescimento contínuo dos cabelos é condição natural da bioquímica do organismo humano, idéia que se combina com a evidência de queesta bioquímica é uma determinação de Deus, e a vontade de Deus é soberana. (A pelagem dos cavalos, das zebras ou das axilias e região pubiana, por exemplo, não crescem ad infinitum!). Por outro lado, o dreadlook remete à imagem da juba de um leão, animal que, enquanto símbolo, expressa várias idéias: rei (dos animais), força, coragem, dignidade. Historicamente, cada soberano da Dinastia do Rei Salomão, do Trono de Davi, recebe, com o cetro e a coroa, o título de "Leão de Judah", figura enigmática identificada como "aquele que resgata o Reino de Deus". Esotericamente, o leão refere-se ao retorno de Cristo (o Messias, o Salvador), que veio ao mundo há mais de dois mil anos atrás como "cordeiro de Deus". Dizem os profetas que a Segunda vinda do Messias ocorre nos seguintes termos: "o cordeiro voltará como leão". Para os rastafaris, este retorno já ocorreu e o Leão de Judá foi Haile Selassie, como foi explicado nos tópicos anteriores.

    Música

    A música rastafari, ao contrário da clássica concepção estética kantiana (de Emmanuel Kant), não se enquadra em questões de 'juizo de gosto" nem é uma atividade gratuita, objeto daquela contemplação conceitualmente vazia de "arte pela arte". A rastamusic é o que os teóricos Modernos e Contemporâneos consideram, com o horror de uma normalista, uma arte "utilitária", pelo simples fato deser música feita com claros objetivos político-ideológicos e metafísicos, que transcendem à comunicação artística de mero entretenimento.
    Para além da difusão de ideais socio-políticos, as composições, em sua harmonia, ritmo e timbres dos instrumentos, buscam sintonia com o pulsar de um coração tranquilo e, por isso, estas composições são chamadas de "música do coração" ou heart beat. O uso da percussão com objetivos místicos e psicológicos tem raízes milenares não somente na África mas também na Ásia, em culturas antigas de países como Índia, China e Japão, sem falar dos povos pré-colombianos e dos povos indígenas brasileiros. Os sons dos tambores e de outros objetos percussivos, diferentes entre si e combinados na "batida" do reggae, é um meio de conexão com a divindade, de acordo com o conhecimento ocultista, que considera o som como a primeira manifestação de Deus em sua criação de todas as coisas. Está escrito no Gênesis: "No princípio, era o Verbo"; e o Verbo é palavra; e palavra, expressão objetiva do pensamento, concretismo sutil do mais abstrato, é som. A física atual já pode confirmar este ensinamento bíblico, uma vez que foi detectada uma vibração sonora presente em todo o cosmos conhecido até agora. A análise científica revelou que tal vibração, chamada "ruído de fundo" ou "reverberação residual", trata-se de um campo energético cuja idade se confunde com a origem do Universo, ou seja, tem a idade do Big Bang.
    Outro aspecto da importância da música na cultura rasta é de natureza psicológica, aspecto este igualmente aceito pela ciência. Experiências laboratoriais já provaram exaustivamente que a música interfere no estado de espírito, ou humor, não apenas dos homens, mas também dos animais e até das plantas. Há músicas excitantes, outras depressivas e outras ainda, como o reggae (bem como a newage music e os cantos gregorianos, o canto-chão) que são tranquilizantes, capazes proporcionar um estado mental de serenidade, apaziguando emoções violentas e, por conseguinte, melhorando o desempenho da inteligência como um todo. Este poder tranquilizador da rastamusic é reforçado pelas letras das canções, que contêm mensagens de paz, amor e dignidade. É um tipo de sonoridade capaz de despertar a divindade que, em sua onipresença, reside dentro de cada um, por vezes oculta, mas sempre ali, esperando apenas um pequeno chamado para se manifestar. Cantando os versos de um reggae, proferindo repetidas vezes afirmações positivas, acredita-se que é possível, efetivamente, transformar a realidade. Esta é uma concepção que, mais uma vez, encontra respaldo nas tradições esotéricas que professam o ensinamento: "Falar é Criar".